A CONDER promoveu no último dia 23 um encontro entre lideranças para discutir experiências de acompanhamento comunitário do reassentamento de famílias em obras de habitação e infraestrutura do estado. Maria de Lourdes Nascimento e Reginaldo Souza, da Rede Cammpi (Comissão de Articulação e Mobilização dos Moradores da Península de Itapagipe) foram até o Escritório Social do Projeto de Macrodrenagem do Joanes-Ipitanga passar a experiência obtida no processo de urbanização e reassentamento em Alagados, também executado pela CONDER. “Eu vim para aprender, para entender melhor o que vai acontecer com a gente com o projeto, que é para nossa melhoria”, contou Márcio Santos Brito, pedreiro, baiano de Acarajé e morador do Jardim Tropical, onde também serão realizadas intervenções do projeto Joanes-Ipitanga.
A assistente social da CONDER, Carolina Homem, iniciou o encontro lembrando da importância da obra para a qualidade de vida de um número expressivo de moradores de Salvador e Lauro de Freitas. Justamente por essa magnitude, afeta um grupo muito heterogêneo de moradores, desde habitações mais precárias até condomínios de alto padrão. “A equipe do social está aqui justamente para entender melhor essas diferenças e trazer a contribuição de vocês para a obra”, resumiu. Estiveram presentes lideranças do Jardim Tropical, Cassange, Vida Nova, Itinga, Fazendão, São Cristóvão, entre outros. Um dos resultados do encontro foi o planejamento de uma visita das lideranças do locais a Alagados, com apoio da CONDER e Consórcio Ipitanga, para conhecer o local e aprofundar a troca de experiências.
O projeto Joanes-Ipitanga é a maior intervenção de macrodrenagem já executada na Região Metropolitana de Salvador e vai resolver problemas de alagamentos ao longo da bacia, desde a Represa de Ipitanga I até a foz, em Lauro de Freitas. O investimento é de R$ 188 milhões, recurso do PAC 2, e contempla a construção de 9 canais de macrodrenagem, 6 reservatórios para água da chuva, desassoreamento do rio para facilitar o escoamento da água da chuva, além de equipamentos urbanos que serão instalados nas cotas mais altas dos reservatórios.
Prova da importância da macrodrenagem foi o alagamento que no último dia 11 atingiu quase toda a cidade de Lauro de Freitas, além de alguns bairros de Salvador banhados pelo Ipitanga. Angela Maria dos Santos, liderança do Caji, foi uma das vítimas do temporal. Ela afirma que teve sua casa invadida pelas águas e perdeu todos seus pertences. Houve vários relatos semelhantes no grupo. Por isso, André Conceição, liderança de Cassange, concluiu “a obra é para o bem de todos, só precisa ser feita com a participação da comunidade”. Os moradores vão participar da obra através da Comissão de Acompanhamento à Intervenção Social e Física, CAISF, que conta também com subcomissões para garantir a representatividade de todos os territórios.
O encontro realizado no escritório social da CONDER, em Itinga, foi oportunidade para a equipe tirar dúvidas dos moradores. O principal questionamento tem sido quanto a realocação das famílias. Devido ao crescimento urbano desordenado, muitas unidades habitacionais foram construídas na área de várzea do rio e o projeto vai agora realocar aproximadamente 2000 famílias para áreas seguras. Cada uma delas pode optar por receber uma unidade habitacional ofertada pelo estado ou indenização pelo terreno com escritura e benfeitorias realizadas.
A equipe social da CONDER está à disposição para resolver as dúvidas dos moradores. Os plantões de atendimento acontecem às terças e quintas, das 09 às 12h e das 13 às 16h, na rua Valentina dos Santos, Quadra E, N°1, em Itinga.
Texto: ASCOM CONDER
Fotos: Divulgação